terça-feira, fevereiro 21, 2006

Um ano de governo PS


Na passagem simbólica de 365 dias de governo PS, as primeiras críticas aparecem por parte do maior partido da oposição na voz de Marques Mendes. O líder da bancada laranja afirma que "ao fim de um ano não se vê preocupação nenhuma do Governo em relação aos reais problemas do País" e reitera com convicção que este tem sido um mau exercício governativo com principais reflexos na economia do país.

Ora, o pequeno balanço que se pode fazer deste ano de governo leva-nos a pensar na apresentação de grandes projectos - OTA e TGV - que visam dar novo impulso na economia e também ter um papel que se deseja preponderante na redução da taxa de desemprego, cujos números apresentados hoje revelam uma taxa na ordem dos 10.9% com o subemprego incluído.
Remete também, este ano de governação, para medidas mais eficazes ao que diz respeito a matéria fiscal, já com alguns resultados "palpáveis" nos resultados da Segurança Social. Olhamos também para as possíveis privatizações de empresas como a GALP, EDP, TAP, entre outras, com o objectivo do governo tirar proveitos na casa dos 2.4 mil milhões de euros, dos quais 80% serão para redução da dívida pública e os restantes 20% para aplicação em saneamento e reestruturação das empresas que se mantiverem na posse do Estado. Temos também as reformas aplicadas à função pública que geraram grandes protestos elos seus trabalhadores, nomeadamente relacionadas com o aumento da idade de reforma e "congelamento" de progressão nas cadeiras processado de forma automática com o decorrer dos anos.

Bem ou mal as decisões estão tomadas, agora o que de facto é verificável ao fim do primeiro ano de governação PS é, factualmente, a inexistência de uma liderança firme e credível no PSD, com consequências directas na política de oposição mantida até aqui. Marques Mendes não é de todo o líder forte que a oposição por norma tem e, parece-me, que este anda mais preocupado com a possibilidade "das directas" no congresso, do que propriamente a fazer oposição, mas como é o "boneco" de serviço, lá vai atirando umas atoardas, ainda resguardado pela autárquicas e, mais recentemente, pelas presidenciais.

Penso ainda ser cedo para se fazer uma avaliação de fundo quanto à prestação do executivo de José Sócrates, mas que este adoptou um estilo muito próprio, quer no tomar de decisões que fogem ao seu quadrante político quer, também, a projectos de grande envergadura que visam dinamizar Portugal, não esquecendo as reformas que se vão fazendo a nível interno. Penso que por isto não se pode, de momento, olhar para este exercício como sendo negativo.

Vamos assim aguardar e esperar por uma oposição verdadeira, pois só assim o governo, apesar de maioria absoluta, poderá deixar de olhar só para si, para passar também como nós, a acreditar numa oposição com maior valor concreto.