terça-feira, fevereiro 14, 2006

As tréguas no Hamas


É hoje sabido que o Hamas, recente vencedor das eleições palestinianas, ordenou às suas milícias que entregassem as armas, renunciando assim à luta armada.

Diz-se que esta posição terá sido tomada no dia 25 de Janeiro, logo que foram conhecidos os resultados do escrutínio e apurado o vencedor do mesmo.

Existem neste momento, na opinião dos analistas desta matéria, dois grandes motivos para que tal tenha acontecido. O primeiro é entendido como uma forma de reunificar o movimento, promovendo assim o aumento de sinergias deste mesmo após a vitória, já o segundo está relacionado com o Quarteto de Madrid - Nações Unidas, União Europeia, Estados Unidos e Rússia - que de certa forma tem feito algumas exigências no sentido do Hamas renunciar às armas em detrimento do reconhecimento do estado de Israel.

A posição que vem a lume por parte do Hamas, indica a possibilidade de um período de paz, que se prevê longo, mas acontecendo somente no caso de Israel abandonar os territórios por si ocupados.

Se realmente a diplomacia fosse assim tão pragmática e fácil de aplicar de certo que este conflito à muito teria sido resolvido, mas não tendo sido esse facto verificável ao longo dos tempos é com alguma renitência que se olha para o desenvolvimento desta questão.

Numa perspectiva optimista podemos, sempre, levar em conta o facto de este apelo a paz ser já uma esperança comparativamente à tensão vivida regularmente entre estados. Se esse cenário de paz é apenas ficção, muitos acreditam que sim, só a futuro nos poderá elucidar sobre a sua veracidade. O que o mundo precisa e de que a história, uma vez mais, não seja escrita a sangue.

2 Comments:

At 1:04 da tarde, Anonymous Anónimo said...

Causa sempre estranheza todas as notícias que venham dessa parte do mundo, especialmente quando é no sentido da Paz.
Esperemos as tréguas se cumpram e a Paz se alcance efectivamente.

 
At 8:42 da tarde, Anonymous Anónimo said...

Na semana passada fui ver o filme Munique, de Steven Spielberg. Uma boa narrativa sobre um dos possíveis cenários do que se poderá ter passado após a morte dos 11 atletas israelitas.
Sai do filme com o mesmo pensamento de quando vejo algo sobre o conflito israelo-palestiano: como é que começou e quando é que terminará?
No entanto, numa dada altura o filme responde a esta questão, o que me leva a concluir que quaisquer tréguas não durarão muito. Embora ficcionado, não deixa de ir ao encontro do sentimento geral daqueles povos, o que a personagem Ali (palestiniano que "divide" a casa segura com Avner) disse que nunca haverá paz porque, mesmo depois de morto, os filhos dos seus filhos, e os filhos destes só descansarão quando expulsarem os israelitas.
A luta por uma terra é uma luta que sempre existiu, e quase de certeza sempre existirá, mas custa pensar que durante décadas continuará a haver sangue derramado por uma contenda que, creio eu, quase ninguém sabe como começou.
Uns podem dizer que os judeus sempre foram perseguidos e merecem o seu lugar na terra, outros dizer que não é legítimo terem expulso os palestinianos dessa terra para lá se fixarem.
Para mim, as últimas gerações perderam o verdadeiro sentido do motivo que inicialmente opôs Israel e a Palestina, para se tornar numa luta sem fim à vista, em que a única coisa que interessa é ver qual o sangue que é mais derramado.
A Paz pelos vistos não lhes interessa, porque só geram ódio. E por mais que tentem apregoar que Cristo ou Alá, estão dos seus respectivos lados, o que é certo é que "Deus" abandonou aqueles povos há muito tempo.

 

Enviar um comentário

<< Home