Escola Secundária D. João de Castro

A Escola Secundaria D. João de Castro, em Lisboa , está em risco de não abrir no decorrer do próximo ano lectivo e, pelo que se sabe a esta altura, os alunos serão transferidos para a Secundária Fonseca Benevides, que para quem conhece carece de condições úteis para que o desenvolvimento dos seus alunos ali formados seja exemplar. Digo-o não em desprimor pela instituição, mas sim em termos de comparação com a Secundária D. João de Castro, espaço ímpar no que toca a localização, infra-estruturas e demais requisitos que sempre estiveram ao nível das mais altas exigências de qualquer aluno, professor ou demais participantes na sua história, que é de quase 80 anos.
Pegando na famosa frase do Professor José Hermano Saraiva, que no passado dia 27 Janeiro esteve na escola no intuito de assinalar os seus 40 anos de passagem por aquela casa, para dizer:
E foi aqui que um dia existiu um belo liceu, onde fui reitor, onde existiam condições infra-estruturais excepcionais, onde os alunos e professores se podiam deliciar com a fantástica vista para o rio, mas agora é um, também excepcional mas não ao serviço de todos, condomínio privado - aliás mais um na recente proliferação destes pelo Alto de Santo Amaro.
Este é mais um típico caso de destruição de património singular, de memória colectiva e, sobretudo, de um estabelecimento de ensino público com condições que fazem corar muitos privados. Este é mais um caso em que os interesses capitalistas - permitam-me o uso do termo - se sobrepõem ao interesse geral da população, dos alunos que frequentam o estabelecimento, de toda uma história que não se quer apagada.
Existem razões para nos preocuparmos com esta questão, pois a forma pouco claro como todas as movimentações e "negociatas", que passam em muito pela DREL estão a acontecer não auguram um final feliz para a escola
Sei que está prevista a deslocação de elementos da CML para a avaliação da situação, espero que essa não seja apenas protocolar, mas que resida na avaliação de todo este processo para que o mesmo sofra um retrocesso no sentido já tomado.
Espero ainda não ter que voltar a escrever aqui, em forma de óbito, sobre este tema.
Pegando na famosa frase do Professor José Hermano Saraiva, que no passado dia 27 Janeiro esteve na escola no intuito de assinalar os seus 40 anos de passagem por aquela casa, para dizer:
E foi aqui que um dia existiu um belo liceu, onde fui reitor, onde existiam condições infra-estruturais excepcionais, onde os alunos e professores se podiam deliciar com a fantástica vista para o rio, mas agora é um, também excepcional mas não ao serviço de todos, condomínio privado - aliás mais um na recente proliferação destes pelo Alto de Santo Amaro.
Este é mais um típico caso de destruição de património singular, de memória colectiva e, sobretudo, de um estabelecimento de ensino público com condições que fazem corar muitos privados. Este é mais um caso em que os interesses capitalistas - permitam-me o uso do termo - se sobrepõem ao interesse geral da população, dos alunos que frequentam o estabelecimento, de toda uma história que não se quer apagada.
Existem razões para nos preocuparmos com esta questão, pois a forma pouco claro como todas as movimentações e "negociatas", que passam em muito pela DREL estão a acontecer não auguram um final feliz para a escola
Sei que está prevista a deslocação de elementos da CML para a avaliação da situação, espero que essa não seja apenas protocolar, mas que resida na avaliação de todo este processo para que o mesmo sofra um retrocesso no sentido já tomado.
Espero ainda não ter que voltar a escrever aqui, em forma de óbito, sobre este tema.
5 Comments:
É isso mesmo amigo! Podem ter certeza de uma coisa, iremos continuar a lutar pela D. João!
Ontem esqueci-me de assinar! Ana Mirra
Há mais de 2 anos que se arrasta esta luta pela manutenção da D. João, mas infelizmente sem nada se saber.
Pior... querem desmantelar a Escola e não têm coragem de assumir o que querem construir no seu lugar. Não que isso fosse minorar o erro que estão prestes a cometer.
Mais uma vez, à boa maneira portuga, desvaloriza-se o património cultural (sim, porque a D. João é mais do que um liceu) e constrói-se condomínios de luxo para os pseudo-novos-ricos, que estão para lá do endividamento.
Falo desta maneira porque nada me faz mudar de ideias que será um prolongamento do Alcântara XXI.
Mantém-se a fachada e as pessoas que a percam as suas referências (como nós antigos alunos) ou oportunidades de ensino (no caso dos alunos que na D.João poderiam estudar).
A ida da CML só servirá para fazer vista grossa, porque nada mudará.
Enquanto a DREL não assumir a sua posição de manutenção do capital educacional, e assumir que não está do lado do mega-empreendimento, a "resistência" deve continuar.
Ainda acerca da Escola... segue uma notícia da LUSA sobre o assunto.
«Odete Santos contra encerramento da Escola D. João de Castro
2006-02-20, 16:53
O encerramento da Escola D.João de Castro, em Lisboa, foi hoje contestado pela deputada comunista Odete Santos que estranhou a decisão de transferir 300 alunos de um estabelecimento "com óptimas condições" para outro "sem condições".
"Dada a falta de informação da Direcção Regional de Educação de Lisboa (DREL) relativamente às razões para o encerramento da escola começa a ser legítimo colocar a questão de interesses imobiliários", afirmou a deputada Odete Santos no final de uma visita à escola, situada em Alcântara.
Em declarações à agência Lusa a deputada afirmou que o PCP pretende "impedir o que parece injustificável", isto é, encerrar uma escola "com óptimas condições" e "onde recentemente foram feitos grandes investimentos" e transferir os cerca de 300 alunos para outro estabelecimento com "muito menos condições de ensino".
Numa recente reunião entre a DREL, professores e encarregados de educação foi confirmada a intenção de transferir os alunos da D.João de Castro para a Escola Fonseca Benevides.
"Não se percebe porque é que os alunos vão ser transferidos de uma escola construída de raiz para outra muito mais pequena que foi instalada num edifício que teve de ser adaptado", afirmou por seu turno a vereadora comunista da autarquia lisboeta Rita Magrinho, que acompanhou Odete Santos na visita realizada hoje.
O PCP vai por isso investigar a forma como a Câmara Municipal de Lisboa (CML) adquiriu em 1942 os terrenos onde foi construída a D.João de Castro.
"É preciso saber se se tratou de uma expropriação ou de uma compra de terrenos", afirmou Rita Magrinho.
A vereadora comunista alertou para a possibilidade de existir uma cláusula no contrato de compra e venda que permite aos anteriores donos reivindicar a propriedade do terreno por deixar de ter o uso escolar para o qual foi vendido em 1942.
"Imagine que aquele terreno só podia servir para uma escola e não sendo objecto de utilização reverteria a favor dos primeiros donos", disse à Lusa vereadora, sublinhando no entanto ainda não ter tido acesso aos documentos elaborados na década de 40.
A vereadora sublinhou ainda que a DREL poderá estar a violar a lei ao ter tomado uma decisão sem consultar o Conselho Municipal de Educação.
Este alerta já tinha sido lançado pelo presidente da Junta de Freguesia de Alcântara que, numa carta aberta enviada este mês ao primeiro-ministro, afirmou que a DREL tinha violado a lei ao decidir sobre assuntos que são da competência do Conselho Municipal de Educação.
Também no início do mês, "o PCP apresentou um requerimento ao Governo para que o Ministério da Educação explique os motivos do encerramento da escola", lembrou Odete Santos, classificando de "duvidosos" esses mesmos motivos.
A deputada comunista não percebe como é que se encerra uma escola com amplas instalações, com 31 salas de aula, um anfiteatro, um posto médico, além de grandes espaços para praticar desporto, como ginásio coberto, um pavilhão gimno-desportivo, três campos de jogos e um campo polidesportivo ao ar livre.
O movimento de luta contra o anunciado encerramento da escola ganhou hoje mais um elemento: a ex-aluna da D.João de Castro e deputada comunista Odete Santos.»
ola rui!como vai isso! achei interessante q tivesses abordado este assunto no teu blog, ate pq qt mais informação existir disponível e qt mais se falar acerca desta questão melhor!
em relação ao q referiste acerca do facto dos alunos da D. Joao Castro passarem p a Fonseca parece q nunca houve interesse de qq das escolas q isso alguma vez acontecesse...esta é realmente uma situaçao desagradável para alunos, para professores da D. Joao, para professores de outras escolas, para pais.
parecem existir interesses q aqui estão em jogo, parece tb existir um atentado à liberdade de expressão dos professores (mas isto ja sao outras questões que as pessoas não têm tt conhecimento, enfim...)
tenho participado em algumas acções q têm decorrido no sentido de evitar q a escola nao seja encerrada e q certas entidades se aproveitem dessa situação...veremos o q acontecerá futuramente
não sou contra o encerramento de escolas sem condições minimas para o bom funcionamento das suas actividades, mas sinceramente não me agrada q certo tipo de decisões sejam tomadas sem ouvir os pais, e escola acerca do que eles sabem melhor do que certas entidades e seus interesses. fica bem!
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