quinta-feira, fevereiro 23, 2006

A educação para lá da familia


Os treze jovens, suspeitos de homicídio de um sem-abrigo, presentes hoje ao Tribunal de Família do Porto, regressaram as instituições que os acolhem e também, em alguns casos, a casa dos pais, depois de seis terem sido ouvidos por um juiz.

Este é mais um caso que levanta suspeitas na forma de como a educação transmitida pelas instituições de carácter social - que visam a formação daqueles que muitas vezes são abandonados e não tem onde serem instruídos - é transmitida e incorporada pelos seus tutelares.

Recentemente tivemos o caso da assistente social que assistiu a um brutal espancamento de um menor pertencente a uma dessas instituições, o que só demonstra e é revelador da forma como o ambiente, por vezes tenso, vivido dentro destas instituições, resulta muitas vezes em comportamentos marginais e criminosos fora destas, como é o caso verificável no Porto.

O facto de estes jovens poderem ser, merecidamente, condenados, caso se comprove a sua participação neste homicídio, não é de todo a resolução de uma emergente crise a nível de todas as instituições, em muito devido ao cada vez maior mediatismo atribuído a estas, pela negativa, revelando assim situações que não se compadecem com a verdadeira "necessidade" de existência destas instituições.

Esperemos que estas e todas as outras situações sejam alvo de atenção em todas as questões problemáticas criadas dentro das mesmas e não apenas naqueles que ocorrem na sua envolvente, nomeadamente em caso de morte como este sucedido.