O processo Bolonha

Começam-se a ouvir as primeiras vozes sobre o tratado de Bolonha, tratado esse que visa unificar o sistema de ensino por toda a Europa a nível de cursos e respectivos créditos, outra das componentes mais visível é a da redução do tempo das licenciaturas de quatro para três anos, passando-se depois a ter o título de mestrado com mais dois anos de ensino.
O ministro Mariano Gago revelou que adesão ao processo de Bolonha foi "gigantesca", afirmando que 40 % dos cursos foram homologados.
Aquilo que o ministro não disse foi que esses cursos foram elaborados nas universidades e politécnicos em tempo record, levando assim os conselhos ciêntíficos das mesmas a elaborar de forma possível e não desejável a estrutura curricular destes cursos.
Digo não desejável no sentido de concordar com muitas vozes que não foram ouvidas sobre esta transição, os professores que participaram nesta alteração são os primeiros a criticar a forma como a mesma foi realizada, indicando como um dos principais factores de falha na sua elaboração a não inclusão e participação dos alunos neste momento tão crucial e com implicações imediatas nas vidas dos mesmos.
Vamos assim partir para o próximo ano lectivo já com a maioria dos cursos a funcionar no âmbito do processo de Bolonha, agora falta aguardar que as primeiras queixas sobre o mesmo apareçam. Refiro-me a queixas não querendo ser aqui o profeta da desgraça, mas olhando para a forma como tudo isto fui organizado e olhando, também, a falta de informação que se abate sobre os principais "actores" do ensino e principais afectados desta mudança, penso que o futuro nos vai dar alguns protestos sobre as alterações efectuadas.
A não ser que este processo de Bolonha seja apenas uma mera operação de cosmética e "lipoaspiração" visível na mudança dos nomes de alguns cursos e disclipinas e no emagrecimento destes.
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