quarta-feira, fevereiro 27, 2008

As minhas fotografias em:
http://www.flickr.com/photos/ruipedrocortereal/






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quinta-feira, fevereiro 15, 2007

Ainda o referendo



As declarações de Cavaco Silva parecem-me redundantes depois de tanta discussão sobre os eventuais cenários pós-referendo. A sua suspeita de uma sociedade fracturada não é novidade nenhuma, a divisão entre laico e religioso, liberal e conservador, são um clássico social ao qual a sua opinião nada trouxe de novo. Exige-se, ao presidente, antecipação e maior esclarecimento em matérias que ao longo de semanas foram discutidas por quase toda a opinião pública, sobre pena da sua opinião se tornar em mais um eco resultante da imensidão de vozes que se fizeram ouvir.

quarta-feira, fevereiro 14, 2007

O "novo" Público


Desde segunda-feira que o Público esta nas bancas com novo grafismo e novas fontes, mais clean, mais leve e a cores. Mudou e mudou para melhor. Já era o melhor jornal diário em Portugal, agora alarga o seu espectro de leitores. O Público ganha assim novos públicos. Parabéns. O site também mudou alguma coisa, continua a ser a minha homepage. Quem quiser espreitar pode fazer o download em PDF aqui

Rocky Balboa


"Quando passamos muito tempo num sítio, tornamos-nos nesse mesmo sítio", a frase aparece por duas vezes no filme, e, para mim, é exemplo daquilo em que Sylvester Stallone se tornou. Passou tanto tempo a fazer de Rocky que agora é difícil fugir ao estereotipo. Foi bom assistir a este filme, uma viagem intemporal por um clássico blockbuster.

Aquilo que mais me impressionou foi a plateia aos gritos, sem respeito pelo filme e, pior ainda, pelos outros espectadores. Concordo que alguns lugares comuns possam servir de comédia, mas daí até perturbarem a sala, vai uma grande dose de parvoíce. Isto é algo que tem acontecido, segundo outros relatos que conheço, em sessões das 9 e por várias salas. Lamentável. A palavra que me ocorre para identificar o fenómeno é: chungaria.

terça-feira, fevereiro 06, 2007

Little Children


"Pecados Íntimos" de Todd Field valeu 3 nomeações para os Óscares deste ano, sendo duas das estatuetas as de melhor actriz (Kate Winslet) e melhor actor secundário ( Jackie Earle Haley). O mundo dos pecados dos adultos filmado de forma arrebatadora, provocante e bela, traz à tela uma série de questões que ocorrem na vida de cada um, muitas vezes sem termos a percepção de que algo está mal. O julgar o outro, a auto-estima, a o amor e a falta deste, a hermética sociedade cheia de gritantes contrastes e a agressividade nocturna que corrompe aquilo que é o dia a dia da pequena vila onde decorre o romance, são os pontos chaves deste filme. Os planos fotográficos são de uma beleza rara, despidos de clichés, intercalados, silenciosos. E depois Kate Winslet, que aqui se liberta, finalmente daquilo que Di Caprio, justamente, consegui há já algum tempo: libertar-se de James Cameron e o seu Titanic. Uma mulher desesperada, sem vida, refém como tantas outras que vivem relações fictícias, um filho... Merece a nomeação. Pecados Íntimos é uma banal história sobre personalidades complexas que derivam dentro de si, dentro dos outros, e que procuram algo que sempre esteve ao seu lado, por vezes demasiado próximo, como o pecado.

sexta-feira, fevereiro 02, 2007

The Pursuit of Happyness


"Em busca da felicidade" é um daqueles filmes que não queremos que acabe, o humanismo que encontramos no decorrer de toda a sua história é um lugar onde sabe bem estar, principalmente nos dias de hoje onde os valores que dignificam a humanidade parecem estar esquecidos, abandonados. O filme conta a história, baseada em relatos verídicos, de Chris Gardner (Will Smith) um homem com talento, persistente a quem a vida tem sido madrasta. Chris, no tabuleiro de xadrez que é a sua vida, sempre foi um peão, sacrificando-se por dar tudo, principalmente amor, à sua família. Até que chega o dia que tem de aceitar um estágio, não remunerado, e aí as coisas precipitam-se. A mulher deixa-o, apenas com o filho. Aqui começa a sua interminável luta em busca da felicidade. Aqui aparece citado, por duas vezes, aquele que foi o terceiro presidente dos Estados Unidos Thomas Jefferson, que foi o principal autor da Declaração da Independência Americana e que nesse texto fantástico refere a busca da felicidade como um dos esteios dos direitos que os Estados Unidos e os americanos passavam a ter desde esse momento.

"
That to secure these Rights, Governments are instituted among Men, deriving their just Powers from the Consent of the Governed, that whenever any Form of Government becomes destructive of these Ends, it is the Right of the People to alter or to abolish it, and to institute new Government, laying its Foundation on such Principles, and organizing its Powers in such Form, as to them shall seem most likely to effect their Safety and Happiness".

E depois de este momento altamente dignificante, porque não falar do grande papel, a sua melhor interpretação, de Will Smith. Em todo o filme ele é um vulcão prestes a entrar em erupção, contido, desesperado, só... Depois é altruísta, bondoso, nunca desiste da busca da felicidade que Jefferson deu aos americanos e ao mundo. E essa felicidade passa pelas contas por pagar, as noites dormidas num sítio qualquer, os momentos mais caricatos pelo qual o Homem é forçado a passar, e isto sem saber se vai ter um lugar feliz para si. No fim, no fim existe uma das imagens mais gratificantes que o cinema tem para dar, mas isso, descubram-no vocês. Y

quarta-feira, janeiro 31, 2007

Ensinar pelo erro

A TLEBS continua a dar que falar, desta vez, e a esse respeito, recomendo a leitura do artigo de Vasco Graça Moura no DN Online. De facto, e atendendo a muitos especialistas na matéria, aquilo que, no mínimo, pode acontecer caso a TLEBS vá em frente é com certeza uma enorme desorganização na já por si desorganizada forma de ensinar Português. Retirando alguns professores, que de facto se esforçam para a que a nossa língua seja bem tratada, os restantes, mediocremente, continuam a ensinar pelo erro sem que ninguém o impeça.

terça-feira, janeiro 30, 2007

Scoop


Scoop, de Woddy Allen, não é aquele "furo" que daria uma primeira página de um jornal ou de uma revista de cinema, de facto não é. Mas é um filme bem disposto onde Allen não deixa, nunca, de nos fazer rir, e muito, com os seus sábios diálogos que só ele sabe escrever e representar.
A protagonista deste filme é Sondra (Scarlett Johansson) uma nova-iorquina, estudante de jornalismo, que numa sessão de ilusionismo guiada pelo mágico Slendini (Woddy Allen) toma conhecimento de pistas importantes, que devem ser seguídas e assim conduzi-la ao misterioso assassino do Tarot. A partir daqui começa a busca incessante pelo assassino, que, ao que parece, é Peter Lyman (Hugh Jackman) herdeiro de uma fortuna incalculável e pelo qual Sondra se vem a apaixonar durante a sua investigação. Muito se tem dito acerca de este ser um Allen menor, por causa do excelente Match Point que deixou a fasquia muito alta a um próximo filme do realizador, actor, músico, nova-iorquino. O filme é rodado novamente me Londres, de forma bastante eficaz e não é por aí que o descrédito existe. A participação da, cada vez mais, prety face do cinema mundial, Scarlett Johansson, também ajuda a manter a credibilidade desta insistência do realizador em trabalhar com esta "deusa" da tela, tal é a forma como ela se passeia pela mesma, encantadora. Agora onde o filme perde, e já em The Prestige acontecia o mesmo, é com a participação de Hugh Jackman. A mim faz-me lembrar Pierce Brosnan, o que não é nada bom sinal. Pouco versátil, as mesmas expressões, enfim, enfadonho. Espero que tenha um papel que me surpreenda, pois até agora pouco talento mostrou.
Scoop é uma comédia a ver, com momentos muito bem humorados e não forçados e que, com certeza, o vai deixar muito bem disposto.

Blood Diamond


"Diamante de Sangue" é um filme passado nos anos 90 em África e tem como tema central a guerra civil vivida na Serra Leoa e uma inusitada procura de uma enorme diamante que pode ser a porta de saída daquele enfermo local para Danny Archer ( Dicaprio) e Solomon Vandy (Djimon Hounsou). O primeiro é um contrabandista de pedras preciosas que vê aqui uma oportunidade única de poder deixar aquele negócio, o segundo é aquele que sabe onde está o diamante mas tem como única preocupação voltar a juntar a sua família. São duas interpretações notáveis destes dois actores, ambas nomeadas para Óscar. Quanto ao filme, tem todos os condimentos que poderiam fazer de si um grande clássico; boa fotografia, cenas dramáticas e que ajudam de alguma forma a perceber o drama que atingiu a Serra Leoa naquele período da sua história, excelentes interpretações. Mas, e aqui este mas deita tudo a perder, o realizador deixou-se levar pelo lado mais romântico da narrativa e foi pondo de lado aquilo que é o melhor do filme, ou seja, o retrato fiel de um país em colapso e a luta desesperada pela sobrevivência. Esta luta, que comporta tudo aquilo que "enche" o espectador, é trocada pela persiguição sem fim ao "diamante", que assim leva a história para caminhos mais seguros deixando o espectador dividido e, em minha opinião, com a ideia de existirem duas partes distintas do filme: a primeira que termina no acampamento onde Archer e Solomon decidem ir para o mato buscar o diamante, a segunda que começa nesse momento e vai até ao desnecessário "happy end".
Contudo é um filme a ver, principalmente para os detractores de DiCaprio, que uma vez mais dá provas de ser um dos maiores da sua geração e fazendo já sombra a muitos outros que ainda andam por aí a enganar o espectador mais desatento, e, já agora, pela fotografia estar a cabo do português Eduardo Serra.