sexta-feira, fevereiro 03, 2006

Manuela Moura Guedes

Já há algum tempo que não via o jornal da TVI, e hoje, para meu espanto, oiço a voz de Manuela Moura Guedes, na antevisão da notícia que "mais à frente será abordada".

Pelas razões que já aqui escrevi, Manuela Moura Guedes terá sido afastada da apresentação do jornal, não pela sua postura que é a do jornalismo de causas, mas sim pela forma como Manuela Moura Guedes incorporava a ideia, a causa era sempre a sua.

É com pena que assistimos à transformação da jornalista numa caricatura de si própria, pois esta foi, de facto, uma referência na apresentação de jornais, nomeadamente na RTP.

O já célebre "Boa noite eu sou a Manuela Mora Guedes" foi, à altura, um ícone na paisagem jornalística portuguesa, diga-se, admirado por muitos.

Foi assim estranho ouvir aquela voz e não visualizar aquele sagrado "monstro" da televisão, que agora não é jamais a cara da estação de Queluz. Prisa oblige.

quinta-feira, fevereiro 02, 2006

A agenda nas televisões

Excelente a chamada de atenção de Ruben de Carvalho, no Diário de Notícias, sobre a agenda e enquadramento atribuídos ao facto de a neve ter caído sobre Lisboa no passado domingo.

De forma simples e clara, Ruben de Carvalho, aborda a paisagem informativa televisiva, não como uma referência especializada, mas sim como fonte de enormes espaços dedicados sobretudo ao fait diver.

É importante olharmos para a prestação de estações como a SIC Notícias e a RTPN, como espaços informativos permanentes, que o são realmente, que podem libertar os telejornais das estações de sinal aberto para uma informação mais sintética e não, como se assiste, para o resvalar informativo traduzido em uma hora e mais de emissão.

Não é compreensível o formato enorme e, certamente, único que os nossos jornais apresentam, pois a maior parte dos assuntos aos quais são dados maior tempo e relevância, são apenas "acessórios". Penso que esse facto é visível, como aponta e bem Ruben de Carvalho, nos largos minutos de directos em que o formato apresentado é em tudo semelhante ao voxx populi.

A grande questão aponta para o excesso de informação existente, ou melhor, para o excesso de horas televisivas "mascaradas de informação", que conduzem os telespectadores para o "deixa andar" informativo em troca da real informação e do real conhecimento ligado à actualidade.