sexta-feira, março 03, 2006

Boa noite, e boa sorte.


Excelente o filme realizado por George Clooney que retrata uma série de episódios passados na América dos anos 50, esta em plena "época de caça às bruxas", leia-se perseguição a todo o tipo de manifestação, fundada ou infundada, de comunismo na terra do tio Sam.

A história relata o confronto televisivo entre um jornalista da cadeia televisiva americana CBS - Edward R. Murrow- que no seu programa semanal decide acusar o senador Joseph McCarthy de estar por trás do afastamento do militar Radulovich da Força Aérea, por suspeita de a sua mãe e irmã serem consideradas simpatizantes comunistas. A partir deste momento, nunca mais a vida dos participantes do caso volta a ser a mesma, tanto na realidade dos acusados como dos denunciadores, o que leva o filme para uma série de questões filosóficas tais como: O poder subversivo da televisão e seu entendimento nesse sentido, cinco anos apenas a sua massificação (paradoxalmente assustador e assertivo com a nossa realidade, o relato inicial e final de Ed Murrow); A cultura do medo praticada na América liberal dos anos 50 e suas consequências nos americanos; O aparecimento da censura e das pressões no seio dos media; O controlo dos órgãos de comunicação social por parte dos grupos económicos e sua dependência em relação, por exemplo, à publicidade; A limitação da autonomia jornalística quando confrontada com questões políticas.

Tudo o resto é excelente, seja o facto de o filme ter sido rodado com película preto e branco que remete imediatamente para a década em questão e permitiu ao realizador articular as peças televisivas do senador McCarthy no filme, estas sem serem causadoras de estranheza ao espectador quanto à época em questão, o que do ponto de vista cinematográfico me parece muito bem conseguido. Uma nota positiva para a banda sonora e direcção de actores.

Este é de facto um filme a ver, nem que fosse apenas pelo seu início e final, que são tão só o início e final de um discurso realizado pelo jornalista Ed Murrow que traduz literalmente aquilo em que a televisão de hoje se transformou, e pegando nas suas palavras aqui fica um excerto do relato "Ora, este aparelho pode ensinar, pode iluminar, pode até inspirar. Ma só o pode fazer na medida em que os humanos estejam determinados a usá-lo para esses fins. Doutro modo, são apenas fios e luzes numa caixa. Há uma batalha grandiosa, porventura decisiva, a ser travada contra a ignorância, a intolerância e a indiferença. Esta arma que é a televisão pode ser útil." Good night, and good luck

quinta-feira, março 02, 2006

Hermitage: Mais cultura em Lisboa


Foi hoje assinado em São Petersburgo o protocolo que vai possibilitar a Portugal, nomeadamente em Lisboa, receber o terceiro pólo europeu do museu russo Hermitage, o segundo maior do mundo.

Portugal junta-se assim a países como Amesterdão e Londres, na Europa, e Las Vegas nos Estados Unidos a serem beneficiados com a presença deste "gigante da cultura" em seu solo.

O prazo previsto até à construção deste pólo é o de 2010, sendo que estão previstas, já a partir do próximo ano, mostras em outros espaços culturais na cidade. Refira-se ainda que o modelo de pólo a criar ainda não está defínido, ou seja, não se sabe se se vão construir infra-estruras de raiz ou se este vai funcionar "acoplado" a outro espaço já existente.

São assim boas notícias, mais ainda num período conturbado no ministério de Isabel Pires de Lima, que tem sido muito criticada nas decisões que tem tomado à frente daquele organismo, com foco mais incidente na mudança provocada por esta no Teatro Nacional D. Maria II.

Congratulamo-nos com estes convénios que não só trazem obras de qualidade à capital, como também podem servir de pólo dinamizador do turismo e de um nicho de turistas ávidos de descobrir estes espaços, veja-se o caso de outras cidades europeias que tem adoptado esta formula com sucesso entre si.

quarta-feira, março 01, 2006

A bem da justiça


A bem da justiça portuguesa e da imagem de credibilidade que esta deve transmitir, o julgamento do processo Casa Pia vai continuar, apesar do pedido de afastamento da juíza, pedido pelo advogado José Maria Martins, condicionando assim " à prática de actos indispensáveis.

Continua assim este mediático processo cujo final está longe de qualquer projecção feita nesse sentido, e que ainda se irá revelar em muitos outros focos resultantes de pedidos como este que apenas visam um final óbvio, o cancelamento de todo o processo sem o verdadeiro apuramento de inocência, ou não, dos arguidos no mesmo.

Esperemos então que o fim deste processo chegue ao fim, pois já superou em muito as analogias kafkianas feitas desde o seu início.

domingo, fevereiro 26, 2006

Resistir.info

resistir_info Não à guerra pelo petróleo.
Fica aqui um endereço de um sítio na internet muito interessante onde é possível ter acesso a informação sobre várias áreas. O endereço é http://resistir.info