sexta-feira, janeiro 13, 2006

Psicólogos Educacionais em Falta

A média de um psicólogo por cada 4000 alunos e verdadeiramente elucidativa do estado da profissão e da capacidade evolutiva da mesma. Reparando na média europeia – um por cada 400 alunos - temos números bem mais expressivos e que denotam uma acuidade bastante diferente da nossa forma de encarar a realidade no ensino.

Um rápido olhar sobre o elevadíssimo número de desempregados licenciados, em psicologia na vertente educacional, mais aqueles que estão empregados mas em condições de horário incompleto e a receber remunerações abaixo de valores tidos como aceitáveis, são uma constatação que muito há a fazer nesta área da educação.

Não é de hoje a “guerra” entre os licenciados na área, pois estes na urgência de arranjarem emprego permitem-se a fazer qualquer coisa que os faça sentir úteis. Não é por isso que se estranha a verificação de licenciados na área clínica ou criminal exercendo funções de um psicólogo educacional, o que leva a essa tão acesa discussão de validação e exercício de competências na realização da profissão.

Quero realçar que sou a favor da transversalidade nas profissões e suas várias áreas pois estas estão interligadas e muitas das vezes são indissociáveis. Agora que se levanta o véu sobre a crua realidade do exercício da profissão, onde se pode verificar que a estruturação dos cursos existentes desagua toda no mesmo rio, ou seja, vai confluir todos os licenciados num mar de desempregados com falta de “identidade”, fica a ideia de a profissão de psicólogo na vertente educacional ser a parente pobre da psicologia.

Este facto é de todo falso, pois a profissão, sobretudo, a níveis mais iniciáticos como o pré-escolar ou ensino básico, é fundamental na preparação e por vezes detecção, não só de capacidades menos visíveis nos alunos como, também, na detecção de dificuldades cognitivas. E sabido que estas quando detectadas de forma precoce podem ser alvo de um acompanhamento com vista ao seu desaparecimento e melhoramento, o que viabiliza uma melhor e cada vez maior integração de todos aqueles que podem, e devem, ter o auxilio desta profissão.

É assim importante o ministério competente estar atento a esta realidade, facto que não se verifica pela certa, pois se existisse um acompanhamento da situação, de certo que os números estavam próximos da realidade europeia.