
Depois de realizar o filme de culto Memento, Christhoper Nolan deixou os admiradores da obra a salivar por mais e deu-lhes Insomnia seguido de uma breve aparição numa curta inglesa, salvo erro.
Depois veio aquilo que eu apreciei e muito, Batman Begins. Nolan consegui fazer, aí sim magia, ao recuperar para o cinema o mítico herói da banda desenhada.
Agora reaparece com The Prestige, a história de dois mágicos rivais que disputam entre si a audiência, e outros aspectos, cada vez mais interiores, que não o fruto do seu trabalho.
Um elenco de luxo preenche a tela deste filme, mas diga-se em abono de verdade que nenhum daqueles fantásticos mágicos consegue fazer esquecer a recente interpretação do raro Edward Norton, nem a forma como Nolan filma todo o cenário onde a trama ocorre chega a fazer sombra ao estreante Steven Millhauser.
O filme tem de bom o aspecto narrativo, bem ao jeito do realizador, envolvendo o espectador na sua labiríntica teia, provocando-lhe sempre um jogo de dúvida sobre aquilo que este vê ou julga ter visto, por meio da ilusão. E é agradável deixarmos-nos cair pelo alçapão que dá luz a tantos truques e passar para o outro lado, esse que Nolan tão bem conhece e deixa, a espaços, que seja o território do espectador.